ENTENDENDO E RESPEITANDO A PÁTINA

Pátina é um composto químico que se forma na superfície de um metal. Ela se forma naturalmente, pela exposição aos elementos e ao clima, ou artificialmente, com a adição de produtos químicos por artistas ou metalúrgicos.[1]
A pátina se restringe às superfícies expostas e pode se soltar ou não da superfície, dependendo das propriedades dos materiais. Um dos motivos do alto apreço ao bronze, na confecção de esculturas, é que sua pátina não se solta, servindo como camada protetora. O mesmo se dá com o uso dealumínio em esquadrias para construção civil. Um bom exemplo de pátina é a superfície esverdeada chamada de azinhavre que se forma na oxidação do cobre, puro ou em misturas, como no bronze, pela ação de nitratos e acetona. O exemplo contrário é o do ferro comum, que em contato com o clima forma um óxido (ferrugem) que se solta, expondo novamente o metal à corrosão. Por isso, suas superfícies devem ser protegidas com tintas ou vernizes anti-corrosivos. A aplicação de produtos que transformam o ferro em aço inoxidável pode ser considerada, com alguma liberdade, um processo de patinação, formando uma superfície resistente ao tempo.[2]
Uma vasta gama de materiais podem, pela escolha do artesão, ser aplicados sobre a superfície dos metais, criando efeitos de cor, textura ou brilho. Como agem basicamente por corrosão do metal, devem ser aplicados por especialistas para atingirem o efeito desejado.
No jargão dos antiquários e comerciantes de arte, pátina também se refere a tudo que acontece com o objeto, como um risco no tampo de uma mesa, o craquelado numa cerâmica, a perda de umidade numa pintura. Todos esses efeitos do tempo se juntam à intenção do artesão para criar uma verdadeira antiguidade.[3]
Fonte: Wikipédia 

Destaquei em negrito a parte que interessa a nós, colecionadores ou apreciadores das motos antigas, assim como em antiguidades e objetos de arte, retirar a pátina de uma motocicleta antiga é uma falta grave, pois leva embora parte da história da motocicleta!
Aprenda a ver a beleza numa pintura que está gasta pelo tempo!  
Adesivo da Lateral Riscado. Compensa trocar?
Sacrilégio:  Pintar um motor inteiro, por conta de um pequeno risco!
Essa foto é clássica. Apesar da sujeira...  Veja o "craquelado" causado pelo ressecamento do plastico dessa XLX.  Ta nos contando a história da moto...

Colecionador novato normalmente comete esse erro, compra a moto usada, a moto de seus sonhos, e, claro, como qualquer bem usado normalmente tem as marcas do tempo, preocupado e "cuidadoso" ele providência " um trato" na moto! 
Picados de pedra no quadro? Desmonta a moto e "manda" uma pintura caprichada no quadro! Nãoooo! Deixa o quadro contar a história da moto, deixa a tinta que foi aplicada pelo fabricante há 20, 30 ou 40 anos lá quietinha...  


 E aquele risco no tanque de combustível? Se for cuidadoso, caprichoso, pode mandar num profissional para "pincelar" com muita delicadeza o risco, evitando ferrugem e o disfarçando, mas pintar um tanque inteiro por conta de um risco ou um pequeno amassado é um verdadeiro crime, descaracteriza a moto e sem duvida a desvaloriza para coleções sérias.
Note que as peças de uma moto envelhecem por igual, a moto toda adquire uma pátina "por igual", ou seja, a pintura do tanque de combustível que era branca, fica amarelada com o tempo, os plásticos brancos da moto acompanham esse amarelamento, em maior ou menor intensidade, de acordo com a exposição ao sol que sofreu..  Pintar um tanque, por mais que se faça na cor original do fabricante, ele vai "destoar" do conjunto, chamando muito mais atenção do observador do que se a moto estivesse toda amarelada por igual.

Os cromados também acompanham esse envelhecimento, ficando mais opacos e levemente riscados. Se você refizer o cromo, vai ter peças lindas, brilhantes, novas, impecáveis... Mas que não condizem com o conjunto. Cuidado com esse erro!
Então, prefira manter sua moto original, o mais original possível, a aparência de "acabou de sair da loja" não é a intenção do colecionador, exceto quando falamos realmente de uma restauração completa, aí não há essa preocupação, pois tudo será refeito, tudo será novo, e a pátina? Espere outros 30 anos pra ela se instalar novamente!
Saiba que, por exemplo na vistoria para aquisição da placa preta de colecionador para sua moto, existem 2 vistorias diferentes, a de veículos originais e de veículos restaurados. A vistoria dos restaurados é muito mais severa, ou seja, se é pra ter cara de "acabou de sair da concessionária" que tenha realmente tudo impecável e brilhante. Já no caso de um veículo original, são aceitas pequenas imperfeições sem que isso lhe tire valiosos pontos.  Por exemplo, num carro, um estofamento original de couro pode estar rachado, com algum detalhe nas costuras, levemente desbotado pelo sol... Já num restaurado, além de certificar-se que o estofamento é do mesmo material, cor e padrão das costuras do original, não aceitam-se detalhes como o craquelado, riscos, pequenos rasgos etc... O mesmo conceito aplica-se nas motocicletas.
Vou contar um caso que aconteceu comigo:  Ha alguns anos, comprei das mãos de um colecionador uma XL125S 1987 que estava com apenas 3.000 km rodados, a moto ficou parada sua vida inteira e mostrava-se cansada de ficar tanto tempo parada.  Eis que colocamos a moto pra funcionar, limpamos, lavamos, esfregamos... era uma moto fora dos padrões que normalmente se encontra, pois a moto nunca havia sido desmontada em nenhuma de suas partes, os pneus eram originais de fábrica e não foram tirados do aro nem pra remendos, todos os plásticos também originais de fábrica - já mostravam um certo amarelamento, causado pela ação do sol. E pior, a moto deve ter passado alguns anos parada de uma determinada forma, e o sol queimou mais de um lado do que do outro... (olha a pátina nos contando a historia da moto ai..).  Num primeiro momento garimpei com força e consegui, aos poucos, todas as peças de plastico originais Honda pra recolocar na moto. Olha, estou falando de peças originais!  sabe o que aconteceu?  não consegui colocar nenhuma delas, pois quando colocava o para-lama novo, ele destoava do conjunto da moto, pois era branco demais, diante do amarelado generalizado que a XLinha possuía, quando trocava as laterias, era a capa do banco que mostrava-se em tom cansado, quando finalmente coloquei todas as peças, com todos os adesivos originais, o tanque passou a chamar atenção, pois estava sem duvida, amarelado!  E assim foi, até que embalei cuidadosamente todas as peças e coloquei em meu estoque, deixando a moto amareladinha, com sua pintura cansada e mostrando ter vivido aqueles quase 30 anos com certa exposição ao sol.  Na foto não aparece, essas diferenças que descrevo aqui são sutis, apenas olhos treinados conseguem vê-las...  mas elas existem, e se existem, em minha opinião, devemos buscar a originalidade e manter o histórico...
  
XL125S - mantendo a originalidade a todo o custo!
Para-lama da XL125S - nessa foto percebe-se o amarelado causado pelo sol, pelo tempo...


Espero te-lo ajudado a procurar, analisar e escolher sua próxima moto, assim como selecionar os serviços a serem nela executados!

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